Tema recorrente nos noticiários, a alta e baixa do dólar é fruto da variação cambial. Esse é um movimento comum em economias com câmbio flutuante, como a nossa. Só que apesar de parecer algo distante do nosso dia a dia, na verdade isso reflete diretamente no preço de muitas coisas que consumimos.
Por exemplo: como citamos anteriormente, como o preço do barril do petróleo está vinculado ao preço de fora, nós não apenas sofremos com a alta dele (que tem seu preço tabelado em dólar dos EUA), como também na conversão. Ou seja, o impacto para nós é ainda maior por conta da variação cambial.
O que é a variação cambial?
Falando de forma bem simples, é a oscilação de valores entre duas moedas. Aqui no Brasil usa-se muito a do real x dólar, mas o euro também costuma aparecer, só que neste caso com menor impacto para nós, do que a moeda estadunidense.
O cálculo neste caso é o de quantos reais são necessários para comprar 1 dólar. Com o valor do dia 08/03/2022, temos (fonte Banco Central):
1 Dólar dos Estados Unidos/USD = 5,0897 Real/BRL
Essa variação cambial acontece ao longo do dia, podendo ser maior ou menor, de acordo com os acontecimentos no período. Ela funciona basicamente por demanda, ou seja, quanto mais dólares disponíveis no país, maior será o valor do real. Por outro lado, quanto menor for a oferta deles aqui, haverá uma desvalorização da moeda nacional.
Como ocorre esta variação?
Esses acontecimentos podem ser dos mais variados tipos, com os principais sendo:
- Exportações x importações – quanto maior o volume de exportação, maior a entrada de moeda estrangeira do país. Consequentemente, o valor do real, aumenta. Porém, quanto maior a importação, o movimento inverso acontece;
- Taxa de juros – muitos países optam por taxas altas de juros (no Brasil medido pela Taxa SELIC), como forma de atrair investimentos estrangeiros, o que pode fazer a taxa cambial cair. Entretanto, dependendo da situação econômica no país, isso pode ter efeito de aumento de inflação, da instabilidade econômica, o que pode fazer com que os investidores externos saiam. Ou seja, é preciso observar com cuidado esse tipo de movimento;
- Incertezas econômicas – relacionada diretamente ao caso acima. Quando um país mostra-se muito instável economicamente falando, ele passa a ser menos atrativo para investimento. Juntamente com isso, temos uma menor entrada de capital estrangeiro, fazendo com que a moeda nacional desvalorize;
- Turismo – para países como o Brasil, com um turismo muito forte, esse é um ponto muito importante. Em períodos de férias, datas comemorativas (como o carnaval), faz com que mais gente de fora venha para cá. Com isso, é injetado uma grande quantidade de moeda estrangeira, o que faz com que o real se valorize;
- Crises internacionais – estes são eventos que vão além do controle do país. Por exemplo: a guerra na Ucrânia, a crise dos EUA de 2008, fazem com que haja uma grande incerteza na economia mundial, o que deixa investidores mais receosos e optando por locais com menos instabilidades. Por conta disso, economias emergentes como a brasileira, menos estáveis, sofrem com a saída de capital estrangeiro.
Quando o Banco Central precisa intervir na variação cambial
Há uma situação extraordinária, geralmente quando a subida do dólar sai do controle, que é necessária a intervenção do Banco Central. Neste caso, ele costuma utilizar sua reserva internacional da moeda estrangeira, disponibilizando-a no mercado, como forma de segurar a desvalorização do real.
Contudo, é preciso pontuar que atos como esse ocorrem de forma emergencial, pois normalmente a instituição deixa o valor da moeda flutuar. Apenas reforçando: o câmbio flutuante ocorre quando o valor da moeda estrangeira está atrelado de forma principal a sua demanda. Ou seja, quanto mais moeda estrangeira no país, maior o valor do real (no nosso caso).
Como a variação cambial impacta na nossa vida?
Já trouxemos alguns exemplos, mas vale mostrar um pouco mais sobre quais principais impactos na nossa vida, com a variação cambial. Primeiramente vale observar a questão de importação. Isso porque ao comprar um produto estrangeiro, ele sofre diretamente o impacto da variação cambial. Ou seja, quanto maior a desvalorização do real, mais caro ele ficará.
Para investimentos na bolsa, a variação cambial tem um peso muito importante, pois diversos ativos são atrelados ao dólar. Nestes casos, ela afeta o desempenho e a rentabilidade dos papéis, podendo haver uma valorização no caso do aumento do preço da moeda estadunidense.
Entretanto vale ressaltar aqui, que outras ações na bolsa, especialmente de empresas nacionais com valores em real, o impacto da desvalorização é negativo, diminuindo o valor das ações. Costuma-se ter um desempenho inverso dos dois tipos de papéis (atrelados a real e ao dólar) em períodos de variação cambial para mais ou para menos.
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