Entra ano, sai ano e a poupança segue soberana entre a principal opção de investimento entre os brasileiros. Apesar de vermos aos poucos uma diversificação nos produtos investidos, mesmo entre as classes A/B, ela conta com grande vantagem sobre os demais.
Pelo quinto ano consecutivo, a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros) fez o “Raio X do Investidor Brasileiro”, que traz dados interessantes sobre como pensa o brasileiro na hora de aplicar seu dinheiro em produtos financeiros.
Esses dados se referem ao ano de 2021 e trazem peculiaridades decorrentes da pandemia. Ainda assim, oferecem um cenário interessante para se observar a relação do brasileiro com a poupança e principalmente, com não diversificar sua carteira de investimentos.
Pandemia afetou consideravelmente a capacidade de investimento do brasileiro
Antes de entrarmos no tema da poupança x outros investimentos, é importante reforçar o impacto da pandemia em relação ao investidor brasileiro. Como citado na própria pesquisa da Anbima, apenas 27% dos brasileiros conseguiram economizar na pandemia, sendo 45% das classes A/B, 25% da classe C e apenas 10% da classe D/E.
Juntamente com isso, temos a questão referente a perda de renda dos brasileiros em 2021. Isso porque 63% afirmam ter sofrido perda total ou parcial de renda em 2021, sendo a classe C a mais afetada (66% desse total). Inclusive tivemos 16% citando perda de emprego no período e mais 25% que tiveram alguém da residência passando por isso.
Sendo assim, não surpreende que mais da metade da população (54%) precisou de dinheiro para alguma emergência e acabou recorrendo a retirar dinheiro de aplicações ou outras reservas. Contudo, essa ainda foi uma situação melhor que a daqueles que precisaram recorrer a empréstimos, cheque especial ou rotativo. Com o detalhe da presença das classes A/B nesse último.
Ilustrar esse contexto sem precedentes é importante para ponderar que também é possível que os números que veremos adiante poderiam ser outros em uma situação de normalidade. Isso porque muitos podem não ter buscado informações, simplesmente por não ter o que investir. Dito isso, vamos aos números.
Poupança segue sendo o principal investimento da população
Dentro da pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro”, o que chamou mais atenção foi a distância muito folgada da preferência do brasileiro em manter seu dinheiro na poupança. A lista conta com as seguintes citações:
- Poupança – 23% da população;
- Fundos de investimento – 3%;
- Títulos privados, Moedas digitais/Criptomoedas/Criptoativos, Ações na bolsa de valores, títulos públicos, Compra e venda de imóveis – cada um deles com 2%;
- Em casa, no colchão – 2%;
- Não conhece nenhum tipo de investimento/Não utiliza nenhum – 61%.
Chama atenção nesses números o desconhecimento ou desinteresse da população em geral sobre qualquer tipo de investimento. Apesar de os números da classe D/E chamarem atenção (72%), mesmo na classe A/B ele é consideravelmente alto, ficando na casa dos 43%. Ou seja, mesmo no grupo que tem a maior capacidade de investimento, há ainda muito desconhecimento ou desconfiança.
Da mesma forma, vemos isso quando observamos os números detalhados da poupança. Entre as classes A/B, 35% usa a poupança, contra 23% da C e 14% da D/E. Entre os entrevistados, também foi perguntado o que eles levam em conta na hora de escolher o produto que irá compor sua carteira de investimento.
Destaque para os 35% que afirmaram buscar segurança nos seus investimentos, contra 17% dos que citaram o retorno financeiro. Ou seja, de maneira geral o brasileiro de todas as classes têm mais medo de perder dinheiro, do que buscar um aumento de patrimônio investindo.
Pode-se explicar tal situação por conta do histórico de instabilidade econômica do país, mas ao mesmo tempo a solução encontrada por muitos (poupança), também pode significar uma perda financeira.
Rendimento da poupança muito abaixo da inflação
Por que manter o dinheiro apenas na poupança, seria perder dinheiro? A explicação fica quando olhamos o rendimento anual da poupança em 2021, que foi de 2,94%, contra a inflação acumulada no período, que foi de 10,06%. Ou seja, ao considerar esses fatores, o rendimento real no ano passado (descontando a inflação) foi de -6,37%.
Isso na prática significa que, se você deixou seu dinheiroguardado os 12 meses de 2021 na poupança, ele perdeu valor, devido a essa diferença em relação a inflação. Para se ter uma ideia de como esse resultado foi ruim, ele é o pior desde 1990, 31 anos atrás. Naquele ano, a diferença entre inflação e rendimento da poupança, foi de – 22,44%
Além disso, vamos para o terceiro ano seguido, que ocorre uma diferença negativa, entre o rendimento da poupança e a inflação.
Alternativas de investimentos e considerações finais
Observando todo o cenário apresentado, descontando aqueles que tiveram problemas financeiros decorrentes da pandemia, ainda temos uma parcela considerável da população que teve alguma sobra financeira para investir. Entretanto, muitos optaram pela forma menos rentável, que é a da poupança.
Considerando a alta taxa de pessoas que desconhecem ou mesmo que preferem não investir em nenhum produto financeiro, temos uma grande parcela da população perdendo a chance de melhorar suas reservas.
Primeiramente se pensarmos nas pessoas que preferem a segurança ao investir, temos diversos títulos de renda fixa no mercado. Eles proporcionam a mesma garantia da poupança, mas podem fazer o dinheiro render mais.
Já para aqueles que tem margem financeira para ousar mais, há variadas opções de investimentos que podem trazer um ganho real considerável. Para conseguir obter melhores resultados dentro deste cenário em que temos consideráveis opções para montar sua carteira, consulte um planejador financeiro da IN, que lhe dará uma consultoria especializada.
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